Amazônia: o que fazer para barrar o desmatamento crescente. Dados mais recentes divulgados do satélite Deter, do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais), no dia 07 de outubro, revelam que o acumulado de alertas de desmatamento em setembro de 2022 na Amazônia foi de 1.455 km², um número equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo. Além de um aumento de 47,7% em relação ao mesmo mês em 2021. Não é novidade a urgência em reverter essa tendência na esperança de conservar o que ainda resta de floresta, mas como fazer isso é uma pergunta fundamental. Para Neluce Soares, coordenadora executiva do LIRA / IPÊ, uma das estratégias para reverter o problema é transformar as áreas protegidas, ou seja, terras indígenas e unidades de conservação, em polos de desenvolvimento regional e territorial. “Se a população local tiver uma renda eficiente e esses povos forem fortalecidos, há menor chance de invasão e, consequentemente, desmatamento. A consolidação dessas áreas vai além da proteção ao desmatamento, pois representam culturas, línguas, economia, governança, presença do Estado e conservação da biodiversidade”, diz Neluce. O LIRA é um arranjo inovador de parceria entre o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, a Fundação Gordon and Betty Moore e o Fundo Amazônia/BNDES. Trata-se do segundo maior programa de conservação brasileiro, concebido para aumentar a efetividade de gestão das áreas protegidas da Amazônia. “O LIRA / IPÊ existe para consolidar as áreas protegidas da Amazônia. Essa é a sua principal razão de existir. Nos territórios onde atua ele costura as ações e conecta os pontos que formam uma rede de parceiros que atuam em cadeia para a conservação das 55 Áreas Protegidas da Amazônia”, conta Fabiana Prado, gerente do LIRA / IPÊ.